Em 30 de Janeiro celebra-se o "Dia da Saudade". Na gramática saudade é um substantivo abstracto, tão abstracto que só existe na LÍNGUA PORTUGUESA. Os outros idiomas têm dificuldade em traduzi-la ou atribuir-lhe um significado preciso: Te extraño (castelhano), J'ai regret (francês) e Ich vermisse dish (alemão). No inglês têm-se várias tentativas: homesickness (equivalente a saudade de casa ou do país), longing e to miss (sentir falta de uma pessoa), e nostalgia (nostalgia do passado, da infância). Mas todas essas expressões estrangeiras não definem o sentimento luso-brasileiro de saudade. São apenas tentativas de determinar esse sentimento que sentem os povos de cultura portuguesa. Assim, essa palavra saudade não é apenas um obstáculo ou uma incompatibilidade da linguagem, mas é principalmente uma característica cultural daqueles que falam a língua portuguesa.
Embora tentem traduzir a palavra SAUDADE, seja em Português ou em qualquer outra língua, constata-se uma particularidade, que aquele provérbio nos mostra "Para a palavra saudade não existe tradução, o que ela exprime de verdade, só quem sabe é o coração.", palavras tão sábias. NÁDIA, há já quase 12 meses, sim 1 ano completo, que partiste e nos deixaste nesta onda de consternação, sofrimento e angústia, mas mais do que isso, também de… ENORMES SAUDADES. Sofre-se, lamenta-se, revolta-se, pensa-se e torna-se a pensar em tudo, mas pior que tudo isso são essas “malditas” saudades, e digo malditas porque elas existem e “só existem” porque ela já não tá cá… todos sentimos a falta de algo, de apenas uma pessoa que quando nos brindava com a sua presença, tinha o dom de transformar um pouco as coisas, dar alegria ao nosso dia-a-dia quer de forma directa ou mesmo indirecta, bastava um sorriso seu, uma palavra ou então uma melodia, as quais sabia interpretar de uma maneira sublime e única. Infelizmente como tudo na vida há algo que começa e acaba, que nasce, vive e que… infelizmente e inevitavelmente tem de partir deste mundo. Sim digo “Partir deste mundo”, o que é totalmente diferente de “morrer”, porque ela nos nosso Corações nunca morrerá e isso está à vista neste Blog, com toda a dedicação e amor demonstrado por todas as pessoas que o continuam a visitar ajudando e muito a combater essa tal… tremenda Saudade!
Nós, meros e míseros seres humanos, pois não temos poderes para nada e nestas adversidades é que percebemos aquilo que realmente somos, as fragilidades que possuímos e o quanto desprotegidos que estamos, não podemos fazer nada para mudarmos o rumo dos acontecimentos, sentimo-nos tão impotentes e fracos. Mas quando tais catástrofes acontecem, além de lamentarmos, de sofrermos e de chorarmos muito por perdermos alguém que nos era muito querido e qual não vamos ver… nunca mais, temos também o dever e a obrigação de cuidarmos de nós que ficamos aqui, sós, tristes mas vivos ou meio-vivos mas ainda respiramos. Cabe-nos a nós encontrarmos forças para enfrentar as sequelas que ficam e que não são poucas, nem de perto nem de longe, só quem passa por elas é que sabe daquilo que falo. Temos que nos agarrarmos a algo, que lutarmos, que buscarmos essa força interior que existe dentro de nós e que muitas as vezes, ou melhor, que 95% das vezes possuímos mas não temos noção disso e desconhecemos a sua existência e as nossas capacidades de recuperação e de reacção. Cabe-nos agora a nós, passados este longo período de ausência, termos coragem suficiente para seguir em frente, para tentarmos curar essa enorme ferida que se abriu, claro que nada será como dantes, algo está diferente e estranho mas temos que ser muito fortes e aprender cada vez mais a viver com essa ausência, com essa dor, com essa estranheza e com essa saudade. Não, não estou a pedir que a esqueçamos, não, isso jamais! Aquilo que peço é que unamos as nossas forças e que consigamos ultrapassar tudo isto que ainda está bem presente nas nossas cabeças e na nossa memória. É que já se passaram quase um ano completo mas ainda hoje não nos conformamos daquilo que se passou, não dá mesmo para acreditar. E mais difícil ainda era para quem fazia parte da vida DELA mas de forma directa e activa, é a esses entes queridos que temos de continuar a dar forças, a transmitir a nossa força, a nossa ajuda, o nosso carinho, o nosso ombro-amigo, a nossa compreensão e a nossa… energia positiva. Eu espero sinceramente conseguir, embora pouco, contribuir para ajudar a suportar a dor da perda e da ausência de uma pessoa que para muitos era apenas o MUNDO, esse mesmo mundo que desabou no dia 25 MARÇO do ano de 2008. Não, não tenho poderes sobrenaturais nem nada do género mas sei que tenho (eu como tantos outros, no fundo cada um de nós é assim, basta querermos) vontade, compreensão, algumas palavras para tentar dar um alento ainda por pouco que ele seja mas como dizia a Madre Teresa de Calcutá “O Oceano é feito de inúmeras gotas, mas não pensem nunca que uma ou outra é insignificante. Pois se faltar apenas uma gota, o Oceano já será menor”. É muito simples, a união faz a força. Eu dentro de um longo leque de pessoas desde ‘o primeiro minuto’ tentamos dar o nosso pequeno contributo, pois nestas situações por muitos que sejamos, parecemos sempre poucos, e reafirmo-o aqui “Podem continuar a contar comigo” (a D. Isilda, o Sr. Fernando, a Diva, o Paulo, o Hélio etc., etc. e etc.) para ajudar a travar esta dura luta. A vida é muito injusta, isto nunca deveria ter acontecido, mas uma vez que infelizmente aconteceu, vamos tentar levar a vida para a frente conforme podemos, não temos outro remédio. Também temos de pensar assim “Se ela aqui andasse de certeza que era assim que queria que levássemos a vida, desta maneira que a vivêssemos, com um sorriso nos lábios e com muita força, sempre disposta a ajudar naquilo que podia, não a podemos decepcionar por mais forças que nos faltem, não, isso jamais! Pelo menos em vida era assim que ela o era, quem tem a coragem de o negar?
Quero também aqui mostrar a minha admiração pela Coragem como essas mesmas pessoas têm conseguido enfrentar todo este pesadelo, a maior parte delas nem se apercebeu disso mas estão a consegui-lo fazer e da melhor maneira possível. Se custa? E de que maneira mas a vida assim o obriga. Espero com este meu enorme texto não estar a ser incómodo, a ferir susceptibilidades nem a ser desagradável, (se por acaso o fiz peço desde já as mais humildes desculpas, não era essa a minha intenção), apenas quero tentar transmitir força às pessoas e mais uma vez mostrar a minha disponibilidade para o que for preciso e que… podem sempre contar comigo, naquilo que eu poder… fá-lo-ei com toda a certeza e determinação!
Permite-me também uma palavrinha para ti, Elizabete, uma verdadeira amiga, continuas a sê-lo (nada que me tenha por isso espantado) e conseguiste um grande feito, o de proporcionares de uma forma mais forte e bem conseguida que a Nádia esteja bem viva dentro do Coração de todos nós, com este magnífico Blog, onde podemos “matar saudades”, participar, dizer o que pensamos e aquilo que realmente vai na nossa alma, desabafar e sobretudo ampararmo-nos uns aos outros, convivendo com a verdadeira e dura realidade e enfrentando-a, ajudando a minimizá-la e a ultrapassá-la. Pois quando criaste o Blog não o fizeste como a maioria das pessoas o fazem, com o objectivo de ter sucesso e de alcançar muitas visitas para proveito próprio. Fizeste sim, para tentares desabafar, tentares descarregar essas energias negativas que te estavam a consumir, pois em vida sempre quiseste fazer o bem e o melhor para ela, e nem depois da sua “partida” isso mudou em ti, fico muito feliz por ti, é essa a verdadeira essência da vida, sempre amiga e leal. E graças a essa tua ideia, a essa tua forma e força de expressão, todos nós podemos contribuir e estarmos juntos nesta causa e nesta luta. É incrível, mais de 10.000 visitas em cerca de dez, onze meses, só isso já diz muito. Não estás sozinha nesta tua acção, e embora isto é coisa que nunca se deva agradecer, pois as pessoas que o visitam não o fazem com essa intenção, mesmo assim não resisto e digo… “Parabéns e Muito Obrigado por tudo”, isto sim é mostrar o melhor lado do ser humano e o que este tem de bom e de útil.
Há quem diga que as mais belas palavras sempre saem dos mais belos Corações. Mas não é menos verdade dizer que os mais lindos gestos e acções sempre saem dos mais belos e mais ricos Corações. Realmente, A SAUDADE EM VEZ DE UM PONTO, É SIM UMA VÍRGULA.
* Texto e Imagem enviados por Rui Garrido
